Apadrinhar uma oliveira pode prevenir incêndios

Oliveiras

Apadrinhar uma oliveira pode prevenir incêndios como o que passou ao lado desta oliveira.

Portugal em 2023: dimensão dos incêndios florestais marcou o ano

Em Portugal, 2023 foi um ano marcado por menos incêndios mas uma maior área ardida, devido à dimensão de alguns dos fogos que ocorreram. Os incêndios causaram 377,2 milhões de euros em prejuízos, segundo o Banco Mundial, tornando Portugal o sétimo país da União Europeia com maior impacto económico dos fogos. O bom controlo e preservação da natureza exigem a promoção de iniciativas contra o despovoamento das zonas rurais e mecanismos de tutela do território.

A Apadrinhaumaoliveira.org, na sua missão de recuperar 20.000 oliveiras, contribuir para a criação de postos de trabalho e prevenção de incêndios em Abrantes, é parte da solução para resolver este problema de incêndios em Portugal. Esta iniciativa gera um impacto positivo no desenvolvimento ambiental, social e rural sustentável na região do Médio Tejo. 

Seguimos um conjunto de estratégias e instrumentos, que envolvem os proprietários e utilizadores do território, na conservação e na boa utilização dos valores e recursos naturais, culturais e paisagísticos. Assim, com as contribuições anuais de quase 100 madrinhas e padrinhos, formamos uma equipa de agricultores, fixamos a população na zona e promovemos práticas de bom aproveitamento e conservação dos recursos naturais nos olivais. Atividades de cuidado e manutenção, como preparação do solo e podas, evitam que a vegetação seca e o lixo sirvam de combustível para as chamas.
No caso das oliveiras, para que tenham produção e estejam vivas, é necessária a sua “domesticação” . Isso significa que esta árvore tende a ser um arbusto, mas graças à manutenção com poda, preparação do solo, acabamos com os “ladrões de oliveiras”. Estes ramos que crescem na base do tronco roubam os recursos que a árvore deveria destinar a si e ao seu fruto, a oliveira. A sua presença acaba por sufocá-la, por falta de ar e luz, transformando-a num arbusto sem saúde, fonte de pragas. Um dia, ela secará e morrerá, deixando um terreno infértil, cheio de arbustos, propenso a queimar rapidamente em caso de incêndio.


Diferença entre um olival abandonado (esquerda) e um olival recuperado (direita)

A falta de terras férteis provoca a perda de biodiversidade, de matéria orgânica e gera incapacidade de infiltração da água no solo. Pode representar uma ameaça de desertificação dessas zonas e uma sucessão de novos incêndios ​​e chuvas torrenciais. Sem falar nas diversas formas de poluição e perdas económicas para a região. 

A importância de haver medidas que promovam a fixação da população que continua com a agricultura e a pecuária são necessárias para evitar incêndios. Em Abrantes, nos últimos 3 anos, ainda se sente o impacto do encerramento da Central Térmica do Pego.  Cerca de 300 trabalhadores da central perderam o seu emprego. A maioria deles era especializada em indústria energética, o que dificultou a sua recolocação em outras empresas da região.
Na Apadrinhaumaoliveira.org temos estamos a criar oportunidades de trabalho e no primeiro ano conseguimos trazer para a equipa de campo 4 ex-trabalhadores da Central Térmica do Pego. 

Sem agricultores não há manutenção dos olivais, e sem cuidados os olivais não geram riqueza. Da mesma forma, a perda de recursos humanos nos ambientes rurais implica o desaparecimento da pecuária extensiva. A passagem do gado pelas estradas rurais promove a sua limpeza, facilita os acessos e evita que a floresta seja fonte de propagação. 

Colaborar em Apadrinhaumaoliveira.org é fazer parte de uma iniciativa que promove a mitigação de incêndios, através da recuperação e manutenção dos olivais e na geração de novas oportunidades no ambiente rural de Abrantes.


Ajude-nos a a prevenir incêndios

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